Home O que está levando os jogos a se tornarem cada vez mais decepcionantes?

O que está levando os jogos a se tornarem cada vez mais decepcionantes?

Entenda por que a indústria de games têm lançado jogos com problemas técnicos, incompletos ou com narrativas entediantes.

Jogos Videogame Controle
Crédito: Pixabay - TheXomil

Já foi o tempo em que o gamer comprava um jogo, colocava para rodar e chegava até o final.

A experiência de desafio ou até mesmo de pura diversão entre amigos esbarra em obstáculos cada vez mais decepcionantes.

Um deles é justamente a qualidade dos títulos que chegam aos canais de distribuição.

Sobram relatos de games lançados de forma incompleta, com bugs primários e até mesmo intencionalmente feitos para dependerem de DLCs ou patches.

Nós da OpNinja listamos alguns dos motivos que têm tornado até mesmo títulos AAA difíceis de aguentar.

Cobrança por parte dos investidores

Grandes desenvolvedoras têm parte do seu sucesso graças à injeção gigantesca de dinheiro de investidores externos.

E faz todo sentido: é a mesma lógica de uma empresa que vende suas ações na bolsa de valores para levantar mais recursos e crescer.

As empresas de games contam com essa grana para contratar mais pessoas, melhorar seus equipamentos e aumentar a divulgação com publicidade.

O problema surge quando quem põe o dinheiro começa a exigir o retorno financeiro mais rapidamente do que a empresa de games consegue entregar.

A solução para honrar os contratos é acelerar a produção e cumprir os prazos, que geralmente são impraticáveis.

Os jogos estão mais complexos

Se traçarmos uma linha do tempo desde o surgimento do famoso Atari 2600 até os consoles de agora, veremos uma evolução gigantesca na tecnologia dos games.

Mas a complexidade tecnológica não é só de hardware, mas, principalmente de software.

É justamente por isso que os consoles atuais vêm com um drive para poder armazenar os jogos salvos.

Na maioria dos casos é preciso até conectar um drive externo para dar conta de tantos jogos pesados.

Essa complexidade ocorre também nas narrativas das franquias, que se tornam confusas em razão da quantidade enorme de atividades e interações no caso de jogos multiplayer.

No fim, percebe-se que a linha central da história é fraca e a sensação é de ficar rodando em círculos em um enredo que não leva a lugar nenhum.

Prazos curtos e limitação de orçamento

Na mesma linha do que foi abordado a respeito de investidores, a limitação de prazos tem uma ligação direta com a pressão de investidores.

Por outro lado, ter quem coloque dinheiro no projeto não é garantia de segurança financeira.

Para maximizar seus lucros, os investidores aportam o mínimo possível para o desenvolvimento dos games.

Isso é um problema, pois todo projeto tem imprevistos que acabam estourando o orçamento e essa margem apertada faz com que a grana acabe antes do esperado.

O processo é demorado, trabalhoso e custoso

Criar jogos com gráficos estonteantes, ótima jogabilidade e trilha sonora caprichada requer profissionais muito bem qualificados.

Atualmente, empresas criadoras de jogos AAA, como Epic Games, Activision, EA e Ubisoft podem empregar até 1.000 pessoas na criação de um jogo, entre programadores, designers, profissionais de áudio e testadores.

Facilidade maior em corrigir jogos

A somatória de falta de grana, prazos impossíveis, pressão de investidores e ansiedade por parte do público resulta em lançamentos incompletos, algo que tem se tornado muito comum.

As desenvolvedoras já entenderam que vale mais a pena lançar um título incompleto e cumprir prazos do que colocá-lo no marcado de forma perfeita, mas no momento errado.

Um dos motivos é que o lançamento de um game vem acompanhado de uma série de eventos publicitários e, em alguns casos, de filmes ou séries de TV.

Em resumo, a quantidade enorme de interesses e dinheiro envolvidos torna difícil para as desenvolvedoras se dedicarem a entregar um jogo funcional.

As pessoas não têm mais tempo

Assim como um leitor voraz, todo gamer que se preze tem uma série de títulos que começou e nunca mais terminou.

Dar conta de trabalho, estudo e outras atividades sociais têm tornado difícil a experiência de jogar um título até o final.

Mesmo quem dedica a maior parte do dia ao videogame sente dificuldades para lidar com a avalanche de lançamentos para os principais consoles.

Fear of Missing Out (FOMO)

Medo de Perder Algo interessante ou Medo de Ficar por Fora. Essa é a tradução do termo Fear of Missing Out (FOMO).

A expressão surgiu nos anos 1990 com o especialista em marketing Dan Herman, que a citou como ferramenta para vender mais produtos aos clientes.

Com a popularização da internet e a velocidade gigantesca de conteúdos que ela trouxe, esse “medo de ficar de fora” tornou-se onipresente em nossas vidas.

FOMO é essencialmente a compulsão que temos de olhar a todo instante as notificações em smartphones ou verificar atualizações em redes sociais.

Quando falamos de games, essa dinâmica das desenvolvedoras de lançar jogos cria uma ansiedade gigantesca na comunidade gamer.

É claro que elas utilizam isso a seu favor para manter o interesse e uma legião enorme de fãs antenados com a possibilidade de o jogo chegar ao mercado.

Isso é válido também para quem trabalha com conteúdos ligados à indústria gamer, pois a indecisão sobre o lançamento de um título gera muitas pautas e assuntos em veículos de mídia e fóruns.

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