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Netflix cumpre promessa e inicia cobrança por usuário adicional

Gigante do streaming fecha o cerco contra o compartilhamento de contas e anuncia valor adicional para uso fora da residência.

Netflix
Crédito: Reprodução

Os tempos dourados de compartilhamento de contas da Netflix parecem ter chegado ao fim.

Na terça-feira (23), a gigante do streaming estendeu ao Brasil sua nova política de combate ao compartilhamento de senhas.

A partir de agora, o usuário só poderá acessar sua conta em apenas uma residência.

É possível transferir um dos perfis para uma nova conta paga ou pagar R$ 12,90 para adicionar um novo usuário.

Estratégia global da Netflix

Como estratégia de crescimento global desde quando começou a operar, a Netflix permitia até quatro perfis diferentes em uma mesma conta.

Além disso, as senhas podiam ser compartilhadas sem nenhum problema.

Contudo, a empresa percebeu que essa estratégia começou a afetar os resultados financeiros.

Mesmo registrando lucro líquido de US$ 1,31 bilhão (R$ 6,4 bilhões) no primeiro trimestre, o resultado ficou abaixo dos US$ 1,6 bilhão (R$ 7,9 bilhões) esperados.

Em termos de assinaturas, no mesmo período, o crescimento anual de assinaturas cresceu 3,7%, mas ficou aquém dos 4,9% projetados.

A Netflix esperava 2,2 milhões de assinantes no trimestre, mas teve de se contentar com 1,75 milhão.

É claro que a notícia não repercutiu bem com a clientela. Não faltaram ameaças de boicotes e reclamações sobre a qualidade do conteúdo e os recorrentes cancelamentos de séries.

Anúncios e concorrência

Além de fechar o cerco contra o compartilhamento, que pode resultar em um maior número de assinantes, a Netflix tem apostado na oferta de anúncios.

Todas essas estratégias têm como fundamento manter a estrutura de negócios viva diante de uma concorrência cada vez maior de serviços como Amazon Prime Video, HBO GO, Globoplay, AppleTV+, Disney+ entre outros.

Custo com tecnologia

Outro aspecto importante que impacta na estratégia de redução de custos da Netflix diz respeito à tecnologia.

A Netflix começou em 1997 como um serviço de aluguel de DVDs pelo correio, uma espécie de videolocadora delivery.

Com o tempo, seus fundadores, Reed Hasting e Marc Randolph, perceberam que a tecnologia de mídia física estava se tornando obsoleta.

Em 2010, decidiram mudar para o sistema de streaming e desde então a empresa se tornou um sinônimo desse tipo de serviço.

Contudo, ser uma das pioneiras tem seus custos. Para oferecer uma experiência de transmissão sem carregamentos excessivos, o famoso buffering, a Netflix criou uma arquitetura extremamente eficiente de servidores.

Com uma infraestrutura de 17 mil servidores distribuídos em 158 países diferentes, a Netflix utiliza uma rede chamada de Open Connect.

A empresa simplesmente distribui o conteúdo nessa rede de servidores e um software, gerenciado por inteligência artificial, deduz o que será assistido conforme análises complexas.

Investimento da Netflix em produções exclusivas

Outro aspecto importante sobre os custos de operação diz respeito ao investimento em produções exclusivas.

Apenas em 2022, a empresa gastou US$ 16,7 bilhões (R$ 82,6 bilhões) em conteúdo nativo.

A fórmula parece trazer bons resultados, pois ícones como Narcos, Stranger Things, Wandinha, Round 6 e La Casa de Papel registram bilhões de horas assistidas

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