Figura conhecida no universo cinematográfico, o ator, cantor e ativista Harry Belafonte, morreu aos 96 anos, na última terça-feira (25), em Nova York.
De acordo com informações do seu porta-voz, ele faleceu em razão de uma insuficiência cardíaca.
Harry Belafonte nasceu em 1927 no Harlem, bairro de Nova Iorque historicamente ligado à população negra.
Era filho de mãe jamaicana e pai francês, tendo vivido boa parte infância na Jamaica, antes de regressas à Nova York.
Tanto na música como nas telonas e suas ações no cotidiano, o ator sempre se destacou pelas lutas ligadas à igualdade social.
Trajetória no cinema
Ainda no começo da carreira, Harry Belafonte estrelou em 1957 o filme Ilha nos Trópicos, desempenhando o papel de um político em uma ilha fictícia envolvido em um relacionamento inter-racial.
É preciso lembrar que esse um era tema extremamente espinhoso na época. Logo nos anos 1960 os Estados Unidos viveram o ápice da perseguição racista dos brancos contra os negros.
Dois anos mais tarde, Belafonte participou do longa O Diabo, A Carne e o Mundo. Décadas depois, o astro ainda atuou em Kansas City (1996), Bobby (2006) e Infiltrado na Klan (2018), seu último trabalho no cinema.
Além das telonas, Harry Belafonte também se arriscou no teatro, participando de aulas de atuação, com Marlon Brando e Tony Curtis, grandes astros da época.
Harry Belafonte na música
Antes mesmo de ingressar na sétima arte, o Belafonte já cantava, e não foi à toa que ganhou o título de Rei do Calypso, tendo a canção Day-O (The Banana Boat Song) como o seu maior sucesso na carreira.
Enquanto para muitos a música era apenas um ritmo interessante para se dançar e trazer alegria, para Harry Belafonte era mais do que isso.
A música não só relata as condições de trabalho, como em Day-O (The Banana Boat Song), mas incita a rebelião dos trabalhadores na busca por salários mais justos.
Ligado intimamente às causas sociais, Harry Belafonte viveu boa parte da vida na África, principalmente no Quênia.
Belafonte usou seu sucesso e prestígio como artista norte-americano na luta contra o Apartheid na África do Sul.
Ele foi um dos pilares na criação do coletivo USA for Africa, que em 1985 lançou a música We Are The World, que na época, angariou quase US$ 2 bilhões para as vítimas da fome na Etiópia.
Confira mais novidades sobre filmes e séries em nosso Instagram e TikTok!