Gattaca é um filme de ficção científica dirigido por Andrew Niccol e lançado em 1997.
Com roteiro escrito pelo próprio diretor, Gattaca tem como inspiração um artigo da revista Discover sobre as possibilidades da engenharia genética.
O filme teve orçamento de produção de US$ 36 milhões e arrecadou US$ 12,5 milhões nas bilheterias dos Estados Unidos.
Gattaca conta com um elenco de peso: Ethan Hawke, Uma Thurman, Jude Law, Gore Vidal e Alan Arkin.
O diretor Andrew Niccol e a equipe de produção criaram um mundo futurista distópico em que a tecnologia da engenharia genética controlava o destino das pessoas.
O filme estreou no Festival de Cinema de Veneza em setembro de 1997 e recebeu avaliações positivas.
Gattaca também foi exibido em outros festivais de cinema em todo o mundo, incluindo o Festival Internacional de Cinema de Toronto.
Um ícone sem reconhecimento
Apesar de ter recebido avaliações positivas, o filme não foi um sucesso de bilheteria nos Estados Unidos.
No entanto, ganhou uma legião fiel de fãs e desde então é considerado uma obra-prima do gênero de ficção científica.
Gattaca também recebeu várias indicações e ganhou prêmios como o Prêmio Hugo de Melhor Apresentação Dramática e um Prêmio Saturno de Melhor Roteiro Original.
Além disso, a trilha sonora do filme, composta por Michael Nyman, também recebeu elogios da crítica.
Desde o seu lançamento, Gattaca tem sido considerado importante por sua abordagem de questões éticas da engenharia genética.
O filme também influenciou outros títulos de ficção científica que abordam temas semelhantes, como Minority Report e Elysium.
Contexto da época
Gattaca chegou às telas em uma década marcada pelos debates sobre os limites éticos das pesquisas de engenharia genética.
Na época, havia um grande embate entre duas iniciativas: de um lado o Projeto Genoma, consórcio criado pelos Estados Unidos com participação de Reino Unido, Japão, Alemanha, França e China.
Criado em 1989 e concluído em 2013, o objetivo do projeto era obter o máximo possível de informações sobre o DNA humano para criar uma base comum de estudos de sequenciamento genético.
De outro lado havia o laboratório privado Celera, criado em 1998 pelo bioquímico norte-americano Craig Venter.
Além do sequenciamento genético, o objetivo de Venter era demonstrar que quantidade de dinheiro e esforço depositados por laboratórios públicos era equivocada.
Somado a isso não podemos nos esquecer de um fato importante: a famosa ovelha Dolly.
Com base nos estudos do Roslin Institute, laboratório de ciências animais da Universidade de Edimburgo, nasceu em 1993 Dolly, o primeiro mamífero gerado por meio de clonagem de material genético.
Objetivo: Gattaca
Gattaca apresenta uma trama futurista que aborda questões éticas, científicas e sociais relacionadas à biotecnologia e à engenharia genética.
O enredo é centrado em Vincent Freeman (Ethan Hawke), jovem que nasceu de forma natural em um mundo de pessoas concebidas por manipulação genética.
De fundo eugenista, a finalidade dessa manipulação é melhorar características bioquímicas e evitar doenças hereditárias.
Vincent sonha em trabalhar na Gattaca Aerospace Corporation, empresa espacial de elite que emprega apenas pessoas geneticamente projetadas.
Ele se frustra porque suas habilidades são limitadas por ter uma configuração genética imperfeita.
Confira o trailer oficial
Determinado a realizar seu sonho, Vincent assume a identidade de Jerome Eugene Morrow (Jude Law), um atleta paraplégico geneticamente perfeito.
Jerome vende seu material genético no mercado clandestino e usa seu DNA para falsificar testes genéticos e conseguir um emprego na Gattaca.
Enquanto trabalha na empresa, Vincent se apaixona por Irene Cassini (Uma Thurman), uma funcionária da empresa que sofre discriminação por ter uma predisposição genética para problemas cardíacos.
No entanto, sua farsa cai por terra quando o diretor de investigação da empresa é morto e as autoridades iniciam uma investigação para encontrar o culpado.
Questões éticas
A temática de Gattaca é complexa e abrange diversos assuntos polêmicos, como o determinismo genético, o uso da tecnologia para criar seres humanos perfeitos.
Discriminação, desigualdade social com base em características genéticas, ética na pesquisa científica, privacidade genética e liberdade individual são outros assuntos importantes abordados na trama.
O filme questiona a validade da ideia de que uma pessoa pode ser reduzida a suas características genéticas.
A identidade e a capacidade dos seres humanos não se definem pela genética, mas também por escolhas, experiências e habilidades.
Além disso, Gattaca alerta para o mau uso da tecnologia e destaca a necessidade de considerar as implicações éticas e sociais de novas tecnologias antes de adotá-las em grande escala.
A crítica de Andrew Niccol
O filme Gattaca é um exemplo de como o cinema pode ser uma fonte de inspiração para as questões sociais e científicas.
Uma das principais inspirações para o filme foi o movimento eugenista que surgiu no final do século 19 e defendia a seleção artificial de características genéticas para criar uma raça humana superior.
Essa concepção teve grande força durante o regime nazista na Alemanha, mas foi amplamente repudiado após o fim da guerra.
Outra influência importante foi a filosofia existencialista, que questiona a natureza humana e a possibilidade de escolha em um mundo em que as pessoas parecem estar predestinadas a seguir um caminho determinado.
Ficção científica e filosofia em Gattaca
A obra do filósofo e escritor francês Jean-Paul Sartre foi uma forte influência para o roteirista e diretor Andrew Niccol.
O filme também apresenta referências de obras literárias, como o romance Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley, que aborda uma sociedade futurista controlada pelo Estado e pela ciência. Entram nessa conta os escritos de ficção científica de Isaac Asimov e Philip K. Dick
A influência de Gattaca pode ser vista em diversos filmes e obras posteriores. Minority Report, de Steven Spielberg, também aborda questões de livre-arbítrio e determinismo.
Oblivion, também de Andrew Niccol, apresenta um mundo distópico controlado pela tecnologia.
Outras obras que apresentam influência de Gattaca incluem o filme de ficção científica Her, de Spike Jonze e a série de televisão Orphan Black, que aborda a clonagem humana.
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