O envelhecimento ou rejuvenescimento digital e realista já era usado em fotos há algum tempo, mas agora a tecnologia em vídeo está se tornando cada vez mais comum no universo do entretenimento e na publicidade através da inteligência artificial.
A Disney parece estar dando adeus as superproduções de maquiagem e efeitos especiais, além de acarretarem em custos elevadíssimos ao estúdio também torna a produção demasiadamente demorada. Muitas cenas necessitam de inúmeros takes para serem finalizadas, muitas vezes, filmados em vários dias diferentes, fazendo que uma mesma maquiagem artística (com horas de preparação) tenha que ser repetida várias e várias vezes.
Diante dos impasses, pesquisadores e desenvolvedores da área elaboraram uma ferramenta de inteligência artificial para tornar pessoas mais jovens ou mais velhas com muito mais praticidade. A novidade foi compartilhada em um comunicado do Disney Research Studios, departamento de inovação da empresa em suas mídias sociais oficiais.
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Quando não realizado por meio de maquiagem, esse tipo de pintura geralmente requeria trabalho manual dos artistas digitais quadro a quadro e poderia levar muitos dias para ser concluído, mesmo por artistas extremamente qualificados. Agora a Disney inovou com um método totalmente automático e pronto para envelhecer e rejuvenescer rostos em vídeo.
O sistema automático da Inteligência Artificial
De acordo com a companhia, o primeiro grande desafio foi coletar todos os dados de treinamento longitudinais para aprender a envelhecer ou rejuvenescer rostos por longos períodos de tempo, sem grandes distorções artificiais, uma tarefa quase impossível de realizar em um grande número de pessoas reais.
A tecnologia que foi empregada para conseguir implementar tais feitos foi a U-Net, uma rede neural convolucional (referente a um código corretor de erro em que determinado grupo de símbolos é transformado em outro grupo de símbolos esperados) que foi desenvolvida para segmentação de imagens biomédicas no Departamento de Ciência da Computação da Universidade de Freiburg (Alemanha).
Essa arquitetura pode ser amplamente pensada como uma rede codificadora seguida por outra rede decodificadora de pixels imagem à imagem.
Com esses dados sintéticos devidamente providenciados, os desenvolvedores da Disney usaram ferramentas de aprendizado de máquina e treinaram uma nova rede neural chamada FRAN (rede de reenvelhecimento facial, traduzido para o português).
O sistema conseguiu, com muito êxito, identificar quais partes do rosto apresentavam necessidade de mudança pela idade esperada, como a adição ou remoção de rugas, linhas de expressão e marcas faciais. Depois, com o processo de aprendizagem, os resultados do programa são sobrepostos em camadas sobre o rosto original da pessoa no vídeo, criando o efeito de envelhecimento.
De acordo com os pesquisadores da inteligência artificial da Disney, a ideia da nova tecnologia é conseguir manter o artista com aparência mais velha ou nova mesmo em movimento, ou até mesmo quando a pessoa não está com o olhar fixo na câmera, a tecnologia de aprendizagem da IA se adequa às condições de iluminação do ambiente, que mudam com o decorrer das filmagens.
Sobre algumas limitações da nova ferramenta
Os pesquisadores e desenvolvedores da inteligência artificial observaram que a FRAN pode ser inadequada para alterações muito significativas nos atores. Por exemplo, a novidade que chegou nos estúdios ainda apresenta dificuldade em trabalhar com idades muito jovens.
Também tem problemas para acompanhar o envelhecimento do cabelo de um ator, fazendo que esse efeito desejado nas madeixas tenham que ser feito fisicamente, pois este dado ainda não é considerado na tecnologia.
Contudo, eles acreditam que essas limitações também representam oportunidades empolgantes para melhorias adicionais em trabalhos no futuro, diz o artigo da equipe que criou a IA.
Mesmo com suas limitações, os avanços proporcionados pela ferramenta são revolucionários no universo cinematográfico. Produções como Projeto Gemini, com Will Smith e The Mandalorian, que trouxe uma versão mais jovem de Luke Skywalker, interpretado pelo próprio Mark Hammil, utilizaram softwares para rejuvenescer os atores.
O Irlandês, a megaprodução da plataforma de streaming da Netflix, escrita e dirigida por Martin Scorsese, teve parte significativa do seu orçamento de 200 milhões de dólares sendo utilizado para conseguir deixar o ator Robert De Niro, Al Pacino e Joe Pesci mais jovens no filme. Com a nova tecnologia criada pela Disney, tanto a economia monetária quanto a mão de obra aplicada seriam significativamente menores ao longo da produção.
Com isso, os pesquisadores dos estúdios da Disney esperam que o trabalhoso processo que ocupa o tempo demasiado de artistas tendo que trabalhar quadro a quadro, de forma manual, por longos períodos de tempo e com custos elevadíssimos, através da nova tecnologia de inteligência artificial se torne algo bem mais fácil e rápido de se trabalhar.
Eles afirmam que sua tecnologia oferece o primeiro método realmente prático, totalmente automatizado e pronto para envelhecer e rejuvenescer rostos em imagens de vídeo.
Será que o Harrison Ford no novo lançamento da franquia de Indiana Jones, terá seu rosto rejuvenescido por inteligência artificial através dos estúdios da Disney?
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